terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Viver dói.

Nós seguimos. Fizemos planos para um futuro melhor, criamos listas tão cheias de expectativas e bons sonhos. Sentamos e imaginamos como seria daqui há dez anos, falamos sobre família, amor, viagens, destinos. Não queremos colocar pensamentos negativos, não trabalhamos com os problemas que irão surgir. Mas o tempo vai passando, o dia vai amanhecendo e estou mais certa de que as pessoas foram feitas para se desligarem uma das outras, não há tempo. Não ter tempo não significa que o outro não pense em você, não queira o seu bem, não deseje o melhor. Não ter tempo não quer dizer que a amizade acabou, que o romance esfriou, que a família se separou. Viemos para viver e se vive abrindo mão daquilo que mais gostamos, de quem mais amamos. Para saber viver é preciso que o outro esteja disposto a aceitar o lado bom e o ruim das coisas.

Quando fui criança, imaginei que meu pai era um super herói, que minha mãe nunca erraria, que meus amigos seriam eternos e que problemas não aconteciam. Imaginei que a fase da responsabilidade nunca chegaria, que príncipes encantados eram fáceis de encontrar e que a gente podia ser o que quisesse ser. Mundo de fantasias. Era gostoso imaginar a vida dessa maneira, foi gostoso passar por todas as fases e chegar onde estou. Mas todos os dias me pergunto quando será fácil. Acho que nunca. Crescer dói. Amar dói. Saudade dói. Distância dói. Viver dói. Bons amigos se separam, relacionamentos acabam, pessoas queridas partem. A vida vai rodando feito um carrossel, uma roda gigante, um xícara de parque de diversões. E pode ser que chegue aquele enjoo, e se fecharmos os olhos ainda fica pior, mas quando voltamos à realidade nos deparamos com tudo alí novamente.

Quis tentar entender porque essas situações acontecem, chorei tantas vezes querendo resolver algo e percebi que lágrimas não adiantam. Quis mudar meu futuro, ir contra todos, modificar as pessoas. Mas é preciso que a mudança comece conosco, dentro da gente. Viver dói e incomoda mais ainda quando não sabemos para onde ir, por onde começar. Uma hora nós aprendemos, lutamos pela sobrevivência. Lutemos pelo amor, pela esperança, pelo sorriso que ilumina nossas manhãs, pela amizade conquistada, lutemos para que a vida não doa tanto, para que o ódio não ganhe espaço dentro do mundo, lutemos para que possamos seguir em frente. Viver dói e dói mais ainda quando não sabemos lutar por nossos sonhos.

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