domingo, 29 de dezembro de 2013

Um breve desabafo.

Gostei de um cara que não gostava de mim. Como eu sabia que ele não gostava de mim? Era simples, ele apenas não estava comigo. Nós conversávamos, trocávamos mensagens de texto e lembro de ter passado horas da madrugada acordada por causa dele. Decorei até o cheiro dele. Aprendi quais eram as preferências dele e quando brigávamos eu sempre pedia desculpas. Sim, até mesmo quando o erro não era meu. Recordo-me de gostar tanto que precisei aceitar certas mentiras, certas ilusões e procurei respostas pra tudo, achei realmente que ele gostasse de mim. Ele era carinhoso, um rapaz bondoso, aguentava minhas reclamações e ouvia minhas lamúrias, mas não gostava de mim. Sim, ele gostava da minha pessoa, mas não havia sentimento. Cada lágrima que descia era uma pontada no meu coração, minhas mãos ficavam trêmulas e nosso abraço talvez tenha sido a melhor união de corpos que o Universo já juntou. 

Pensei diversas vezes que poderíamos ter algo. Pensei que seríamos um casal divertido e mesmo com nossas diferenças permaneceríamos de mãos dadas. Pensei errado. E a pior dor da minha vida foi saber que não adianta forçar, ele simplesmente não seria meu. Ele não seria meu porque não era pra ser. Quis inventar situações, mas o destino ficou encarregado de me mostrar que ele não era o cara certo. Doeu ter que aceitar que ele não me queria, que não éramos compatíveis. Acabei me fechando. Passei a não querer mais relacionamentos, nem pessoas que tinham belos sorrisos. E talvez ele nem saiba quão ferida fiquei. E talvez ele não saiba que por causa dele deixei de acreditar em muitas pessoas.

Não vou procurar entender a razão de tudo que me acontece. Ficarei louca se tentar compreender tudo. Mas, aprendi uma coisa muito importante e que talvez muitos ainda não saibam: há pessoas que ficam conosco, mas que não estão conosco, entende? E eu pude compreender que talvez a gente precise de situações que doam para crescer na vida, amadurecer o coração e aprender com toda a dor. Ele talvez não saiba tudo que me causou, mas ele me ensinou que não se deve criar expectativas com ninguém.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Mentir pra si mesmo.

Quando a gente mente pra si mesmo é sempre pior. Já dizia meu avô que a pior mentira é quando negamos o que sentimos. De vez em quando, a gente nega o que sente só pra diminuir o que está mexendo com o nosso coração. De vez em quando, a gente acaba mentindo pra si mesmo apenas na esperança daquilo passar e de não ser nada demais. Mas, quando a gente quer se enganar é quando as pessoas mais percebem. Falar é fácil. Dizer que não sente nada, dizer que não se importa, que não se interessa. É fácil assumir pra todo mundo que não existe nada de diferente conosco, mas a gente sente quando algo está diferente. E o que podemos fazer para que isso mude? É simples, basta apenas aceitar. 

Se aceitamos, tudo se modifica. Mas, tem algo que gosto de usar como exemplo. Quando somos crianças, não sabemos diferenciar o bom do ruim. Achamos que tudo nos é permitido, mas quando tentamos tocar em uma tomada que tem um fio descascado ou quando tentamos colocar a mão no ferro quente, o que geralmente acontece? A nossa mãe vai lá, nos tira daquela situação, muitas vezes, acaba batendo, mas depois a dor passa. É bem isso que acontece conosco diariamente. Se sentimos algo por alguém que não nos serve é preciso que encontremos alguém para que nos puxe de lá. Pode doer, mas tudo desaparecerá. Mas, se insistimos em algo que não se pode, vamos sempre queimar as mãos ou levar um choque. Tudo que acontece conosco é porque permitimos que aconteça. 

É uma coisa óbvia de se entender, mas muitos não querem praticar a arte do desapego. E por causa disso, preferem continuar indo em direção ao errado, ao que pode preencher naquele momento, mas que depois passa. Tudo é uma escolha nossa, só cabe a gente decidir para onde queremos ir. O que você quer que aconteça? Você continuar mentindo para si mesmo ou desapegar? Desapegue. Ninguém nunca disse que seria fácil, mas nem tudo nos é permitido e nem podemos permitir a entrada de qualquer um dentro da nossa vida. 

domingo, 8 de dezembro de 2013

O que vocês fizeram com o amor?

O que vocês fizeram com o amor? O que vocês tem contra o amor? Ultimamente tenho evitado me envolver com alguém. Isso não me faz ser uma pessoa ruim, talvez seja falta de opção, talvez seja porque prefira assim. A verdade é que tenho andado com medo das pessoas. Medo de querer tanto alguém que não me queira de volta na mesma proporção, medo de me envolver com alguém que não caiba nos meus sonhos, na minha vida. Medo de sofrer e de não ter como largar tudo depois. A verdade é que ninguém pode largar uma pessoa. Se aceitarmos alguém precisamos ter certeza de que é com ela que queremos conviver todos os dias. Mas, e quando o amor não é o bastante? E quando o amor acaba? Então, eu acho que nunca foi amor. Talvez eu esteja idealizando demais ou vendo filmes demais, mas tenho uma visão que poucos tem e sabe, ainda bem que tenho essa visão.

Acho que amor é algo sério. É compromisso, dedicação, paciência, amizade. É você provar para o outro que apesar de tudo vocês podem se tornar um. Acho que quando você assume um compromisso é preciso saber que dificuldades irão aparecer, mas que existe uma força maior reinando nos corações. Se você tem uma pessoa e não sente confiança nela, o que você está fazendo com ela? Preenchendo um vazio? Uma pessoa que não te valoriza, não te ama e não te quer não irá te fazer falta. Se você tem uma pessoa e ela não demonstra algo por ti, o que você está fazendo com ela? Vive com ela só pra dizer que tem alguém? Não compreendo. Às vezes, acho que estou sozinha porque mereço estar sozinha. Sei que ficar sozinha é melhor do que mal acompanhada.

E sabe o mais interessante? É que realmente não quero amor pela metade. Não quero alguém que não me entende, que não aceita meus defeitos, que não luta pela minha felicidade. Não quero estar com alguém só pra andar de mãos dadas e ter companhia aos domingos. Eu quero abraços verdadeiros e cheiro na nuca, quero aconchego e carinho, compreensão e fidelidade. E sim, posso ser uma mera sonhadora, mas é o que desejo. Você sabe o tamanho da sua importância? Se a gente se ama, a gente entende que não é qualquer pessoa que cabe em nosso coração. E eu tenho desejado uma pessoa que me complete e não acho que seja impossível, mas confesso que tenho medo de aparecer qualquer um e me ganhar com um sorriso.


Meu coração pede alguém disposto a ser meu e de mais ninguém. 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O que é nosso sempre fica.

Éramos dois. Dividimos momentos, compartilhamos sentimentos, desejamos sonhos iguais, trocamos mensagens pelo celular e só íamos dormir quando desejávamos boa noite. Ficávamos horas no telefone, decorei seu cheiro, seu sabor, suas manias. E de repente, você se foi. Não sei como, sei que se foi. Se foi de uma maneira tão estúpida que meu coração ainda sente saudade. Sente saudade de saber que podia contar contigo, sabe? E que você era o ombro que eu precisava nos momentos difíceis. Você me segurava e como de repente me soltou? Não admito! Não compreendo como uma pessoa pode ser tudo e no momento seguinte não restar nada. Não me avisaram que a gente precisava lidar com as perdas. Talvez a vida seja assim mesmo e eu esteja atrasada nessa etapa.

Talvez só permaneça quem precise ficar. Talvez só permaneça quem cabe em nosso coração. Talvez só permaneça quem é importante. Se vivemos um momento da nossa vida e ele passou é porque precisava passar. Se uma pessoa entrou, participou e foi embora, a gente precisa entender que ela passou apenas para somar, de qualquer maneira que tenha sido, mas ela fez sua parte e precisou seguir. As pessoas seguem e deve ser por isso que preciso aprender a seguir. Seguir adiante. Não ficar preso no passado e tentando mudar o presente. É preciso retirar todos os amores, as dores, as mágoas e os beijos. Precisamos enterrar tudo que passou e não ficou.

Tudo que vivemos foi bom, necessário, importante, mas você virou um nada. E quando as pessoas se desgrudam é quando percebemos os defeitos do outro, percebemos o que não deveria ter acontecido. É preciso desprender, se a gente não se despede do passado, ele sempre voltará para assombrar o nosso futuro. Deixe-o ir, se algo é pra ficar ele permanece e não há nada no mundo que mude isso. O que é nosso sempre fica.