quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Um tal de Felipe.

Felipe, estou te escrevendo apenas para falar da minha indignação. Não acho justo que você tenha um nome tão lindo e que me passe segurança. Não acho justo que você tenha o sorriso mais belo que faz os meus dias bem mais bonitos. Não acho justo você ser tão bonito e tão incrível, perto de ti me sinto como uma boneca quebrada do fundo da prateleira. Não acho justo você ter o melhor cheiro do mundo. Mas, sabe o que eu não acho mais justo ainda? Você não gostar de mim.

Uma das coisas mais difíceis que a vida tem me ensinado é que algumas pessoas simplesmente não vão gostar da gente. E sabe o que mais me dói? Eu não posso mudar o que o destino quer. Se eu me enfeitar toda, você vai continuar não gostando de mim. Eu posso, se você quiser, ir buscar uma estrela no céu, mas mesmo que eu faça isso, não vai nascer um sentimento dentro de ti. Acho que eu posso fazer tudo só pra tentar te fazer mudar de opinião e mostrar que sou uma boa moça, mas se não houver sentimento dentro do teu coração, vou morrer tentando algo improvável. Sentimentos acontecem. As pessoas se encaixam, se olham, se desejam e se querem. Há reciprocidade. O que não é o nosso caso.
E eu vou me perguntando o que me resta fazer. Vou tentando achar alguma fórmula pra te fazer me olhar de volta da mesma maneira que te olho. Vou tentando apagar o teu sorriso da minha memória, mas quando fecho os olhos penso nele. Vou tentando procurar outros nomes, outras pessoas, outros significados, mas o seu nome ainda é o meu favorito. E talvez eu te leve para sempre no meu coração, mas eu não acho justo que isso aconteça comigo. Mereço alguém que ache o meu nome bonito e que o meu sorriso faça sentido, alguém que não me enxergue de uma maneira errada e de alguém que goste até das minhas imperfeições. Olha, Felipe, eu sei que amor não brota e que não há segredos pra conquistar alguém, mas eu quero que você saiba que te deixar de lado e desapegar são as coisas mais inteligentes que farei na vida. 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O que a vida tem me ensinado.

Gosto de ser como eu sou. E, às vezes, me odeio por ser completamente sonhadora. Eu sei que muitos não me conhecem, sei também que para alguns sou apenas o que deixo transparecer. Mas, gosto mesmo das pessoas que me enxergam de uma maneira que quase ninguém enxerga. Gosto mesmo das pessoas que me surpreendem ao dizerem coisas que nem mesmo eu percebo. Gosto de quem elogia meu sorriso e diz que tenho um bom coração. Sim, eu tenho um bom coração. Só que de vez em quando sinto vontade de ser ruim, de querer fazer maldade, mas logo percebo que não sou alguém assim. Fico triste com a infelicidade do outro, perco o sono quando percebo que alguém está indo por um caminho errado e gosto mesmo de ajudar. Queria ter muito dinheiro e criar um espaço onde eu pudesse ajudar crianças abandonadas, vítimas das dores da vida, pessoas que já perderam a fé e pessoas que nem sabem o que é ter fé em algo. Mas, a vida vai me surpreendendo e percebo que não preciso de muito dinheiro. Não precisa ter muito dinheiro pra se ter um coração bom.

Tem gente que gosta de ser egoísta, tem necessidade de humilhar o próximo e de querer as coisas sempre pra si mesmo. Eu não sou assim, tenho consciência disso. Tenho erros. Defeitos feios. Mas, eu gosto de refletir sempre alegria. Tenho meus momentos de solidão e dói bastante saber que algumas coisas não chegaram pra mim. Só que tenho aprendido que tudo que passamos é um aprendizado e quando não podemos carregar nossas dores, a gente compartilha com os outros. Mas, só devemos compartilhar algo com quem realmente quer nos ajudar. Tenho muitos desejos. Quero fotografar as mudanças de estações, os metrôs vazios, o crescimento dos meus filhos e o amor da minha vida. Talvez, o amor da minha vida nem seja da maneira que eu sonho, mas o que custa sonhar?

Acho importante a gente querer ser sempre alguém melhor. Carregar dentro de si alegria e renovação. O sol, todos os dias aparece pra clarear a nossa vida e no fim da tarde ele se vai. A gente não percebe, mas a cada dia que ele vem e vai, é mais uma chance de recomeçar de uma maneira diferente. Sei que tem dias que acordamos com a pá virada, mas o que custa de vez em quando parar pra pensar na beleza da simplicidade? Ultimamente tenho desejado apenas uma rede, um bom livro e silêncio. Silêncio pra ouvir tudo o que Deus tem pra me dizer, mas que muitas vezes, pela correria da vida e pelo barulho das pessoas, eu acabo esquecendo de ouvir. 

domingo, 19 de janeiro de 2014

Adesivos e pessoas.

Desde criança gosto de adesivos. Adesivos de caderno, agenda ou de qualquer outro lugar, não importa. Mas, sempre tive um grande problemas com eles. As pessoas me pediam e eu não conseguia retirar do meu caderno e entregá-los. Eu não ia usar, mas também não queria que eles saíssem do meu caderno. Por este motivo, nunca dei adesivos. Guardo eles até hoje e juro que não uso nenhum. Alguns estão velhos, saindo do papel, mas continuam comigo. Qual a moral da história? Percebi que sou assim com as pessoas. Não consigo aceitar que algumas precisam ir. Não sei aceitar que algumas pessoas não me completam. Não gosto de ter que desapegar. Desapegar dói. A gente já tá tão acostumado com aquela vida, com aquela pessoa, com aquele sorriso e de repente, tudo se vai? Como entender e aceitar?

É como dizem: muitos vão entrar na sua vida, mas poucos restarão. E a gente conta nos dedos quem realmente vai ficar. De vez em quando, as pessoas que entram, não permanecem e precisam partir. Mas, dói. Deve ser por isso que prefiro os adesivos, eles não podem fugir de mim já que não compartilho eles, mesmo que eles não tenham utilidade, eu sei que eles estarão sempre alí e é bom saber disso. As pessoas não, se elas partem, se um relacionamento acaba, não tem como esperar que aquele alguém esteja sempre ali nos esperando. Todo mundo que passa, passa por algum motivo e a gente sente quem realmente não vai ficar. A gente sente no fundo do nosso coração quem precisa ir. Se aquela pessoa passou e não permaneceu é porque você precisava dela naquele momento. Precisava daquele sorriso que ela te arrancou ou daquele abraço apertado nos piores dias. Precisava das ligações no meio da noite e do desejo desesperador batendo no coração. Precisava de tudo aquilo que foi vivido. Mas, é tão importante a gente deixar passar. 

Os adesivos também precisam passar. Não posso deixar guardado dentro de uma caixa algo que não me serve. É preciso esvaziar a caixa e deixar que as outras coisas cheguem para preencher o vazio que ficou. Devemos fazer isso com alguém. Adianta manter preso alguém dentro do nosso coração se a gente sabe que aquela pessoa precisa ir? É preciso esvaziar todo aquele sentimento e se desprender. Vai doer e vai causar fortes emoções, mas não se pode ficar agarrado em algo que não nos serve mais. Adesivos são como pessoas, alguns permanecem grudados conosco, mas outros seguem adiante. 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

(Ser) abandonado.

Hoje acordei preocupada com o amor. Não, acho que estou me expressando errado. Não acordei preocupada com o sentimento, mas com as pessoas que dizem conhecê-lo. Talvez ninguém tenha se dado conta de como tudo anda tão errado, tão desvalorizado, tão nojento. Pessoas afirmam amar, mas dormem com outros. Pessoas afirmam querer um amor, mas se envolvem com pessoas que não acrescentam nada. Pessoas afirmam amar, mas não há respeito nos relacionamentos. "Ah, mas é normal trair". Quem disse isso? Onde está escrito que você precisa trair sua mulher ou seu marido? Mas, lá vem o problema de que a carne é fraca. Certa vez, ouvi em algum lugar, de que a carne não é fraca, mas é a pessoa que não tem caráter. E vou mais além quando digo que quando precisamos de algo ou de alguém, quando a nossa necessidade fala mais alto é quando mais nos desvalorizamos diante de tal coisa ou pessoa. Nos humilhamos e fazemos coisas desnecessárias, mas o objetivo maior é ter aquilo, é saber que conseguimos.

Dizem que vivo em um mundo imaginário e que preciso me adequar ao novo tipo de amor. Sabe de uma? Não preciso. Sou uma mulher, cheia de sentimentos, mistérios, desejos, magias. Preciso de carinho e de cafuné, de abraço apertado e de compreensão. Preciso de troca de mensagens e de beijos que me façam delirar. Não preciso de alguém que me use e depois me jogue como se eu fosse um pedaço de comida velha. Não preciso de alguém que promete mil maravilhas, mas que por trás tem outra pessoa pra quem ele diz a mesma coisa. Não sou lixo, sou um ser humano. E não vejo problema algum de querer ser tratada bem, de não ser usada, de não ser abandonada. 

Sim, não sinto vergonha de dizer que sempre sou abandonada. Abandonada de uma maneira cruel, talvez de uma maneira ridícula. Ser deixada de lado como se fosse um nada, como se nunca tivesse significado algo 
pra vida de alguém. Ninguém é obrigado a viver conosco, cada relacionamento que temos é uma maneira de aprendermos a lidar com nossas dores e a vida é assim mesmo. Mas, se tem uma coisa que nunca vou entender é porque alguém aparece e de repente, como em num passe de mágica, desaparece de nossas vida e a gente fica com o coração machucado. E machuca, sabe? Ser abandonado machuca demais.