quinta-feira, 27 de junho de 2013

Aprendendo a viver sem você.

Tenho aquela mania de tentar adivinhar o meu futuro. Uma mania até engraçada já que o futuro é bastante incerto, mas gosto de analisar as pessoas que vivem ao meu redor e contar nos dedos quantas ainda estarão presentes na minha vida. E nem precisa colocar dez anos nisso, em um ano muita coisa pode mudar. Quando te conheci me sentia livre, satisfeita com a vida que levava e sem ter a preocupação se no próximo dia chegaria alguém. Parece errado dizer, mas eu não esperava por você. Eu já tinha outro alguém no coração, mas a vida foi bastante sacana comigo e te colocou bem no meio do meu caminho. Quis te evitar, não quis provar do teu beijo e muito menos do teu colo, mas você insistia que a gente ficasse e depois de um sorriso pude provar um pouco de ti. De vez em quando fico olhando para o passado com aquela saudade que aperta dentro do coração, fico me questionando onde foi que eu errei, o que eu poderia ter feito de diferente, talvez eu até descobrisse alguma fórmula de te fazer ficar perto de mim. Sinto uma vontade imensa de voltar ao passado e te reencontrar.

Te reencontrar. E recomeçar um tipo de amor diferente. Talvez eu nunca tivesse cedido aquele beijo que nos uniu ou talvez eu tivesse feito tudo de uma maneira mais consciente. Talvez eu mudasse o rumo da nossa história e hoje não sentiria mais falta de você. É estranho, mas eu gostaria apenas de te ter por uma noite. De ter o seu sorriso grande e seu cheiro de perfume forte perto de mim, de ter aquela camisa preta grudada bem no meio do meu peito, de ter a sua marca na testa para observar e acariciar. Encontrei tantas pessoas na minha vida, provei de todo tipo, mas só você quis ficar, só você marcou. Pode ser que eu sinta sua falta apenas porque não há uma outra pessoa para ocupar o seu lugar ou talvez o destino queira me mostrar que é de você que preciso. Mas é quando minha cabeça grita: sentimento não se força. E mais uma vez baixo meus olhos e choro. 

Sinto vontade de te ligar e saber como vai a sua vida, quais são os seus planos ou dizer apenas um oi. Vontade de sair correndo nos momentos de desespero e deitar no meio do teu abraço. Vontade de lamber a tua pele e guardar o gosto pra mim. Vontade de contar os fios de cabelo que há na sua cabeça. Vontade apenas de te olhar, de saber que você está bem. E mais uma vez baixo meus olhos e choro. Não sabia que doía tanto querer alguém assim como te quero e saber que não podemos ser um só. Não me avisaram que de vez em quando a saudade entra e acaba com a gente. Não me avisaram que seria duro viver sem você. E mais uma vez baixo meus olhos e tento respirar fundo para continuar seguindo em frente. De uma maneira ou de outra a gente precisa seguir em frente e eu estou aprendendo a viver sem você.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Um dia a gente aprende.

Um dia você aprende que nem todo mundo deseja o bem para você. Que nem todas as pessoas são felizes e que nem todo sorriso é fonte de alegria. Vai aprendendo ao longo dos dias como o tempo nos desgasta, nos deixando estressados com qualquer coisa. A gente também aprende que o amigo que hoje te abraça, te apunhala nas costas no outro dia. Vamos compreendendo que nem todo amor nasce de uma sinceridade e que perdemos muito tempo nos preocupando com futilidades. Aprendemos a enxergar o lado ruim das pessoas e a probabilidade de nos decepcionarmos com alguém que gostamos é de noventa por cento. A gente chora com mais frequência e quando a noite chega traz com ela uma solidão enorme. Um dia você aprende que nem todo mundo merece ficar perto de você e que nossos pais não são os heróis que vão estar sempre por perto.

Eu tenho aprendendo isso ultimamente. Eu tenho aprendido a fechar mais meu coração e saber que mereço mais coisas boas do que qualquer um. Tenho aprendido que sou uma pessoa frágil demais e que nem todos conseguem compreender o que guardo dentro de mim. Tenho aprendido a conviver com uma saudade de arrancar o peito, mas que é uma saudade necessária. Vou aprendendo que quem não me conhece, não merece estar comigo. E é quando o texto de Willian Shakespeare vai fazendo sentido. Quando eu era criança não conseguia compreendê-lo bem, mas hoje em dia posso dizer que venho apreciando suas doces palavras. É que a vida dói, a decepção nos mata, a saudade nos fragiliza, mas o beijo nos encanta, as palavras de um amigo nos fortalece, um abraço de mãe nos faz seguir em frente.

Eu não consigo mais ficar tão encantada assim com o mundo que venho experimentando. Não consigo mais gostar das pessoas e já não há  mais amigos como antes. A gente aprende a ser gente grande e cá pra nós, ser gente grande não tem a menor graça. A gente aprende o que é solidão, o que é desamor, o que é a vida. E por isso que ainda precisamos ter um alicerce, algo que nos mantenha de pé. É difícil viver com tantos problemas e de repente vamos perdendo o gosto por tudo, mas não podemos. Há sempre coisas bonitas que ainda não foram vistas.

domingo, 16 de junho de 2013

O tipo de cara.

Fecho os olhos que é pra não te ver passar. Coloco as mãos nos ouvidos para não ter que escutar notícias suas. Mordo a boca só pra não ter vontade de te beijar. Se brincar até perco o olfato, mas não quero ter o seu cheiro grudado em mim. Te evito, procuro não pensar no que vivemos no passado, mas as lembranças acabam surgindo e eu vou sentindo falta de tudo aquilo que passou. Não sei, é estranho, mas sempre lembramos daqueles momentos em que mais lutamos para esquecer. Lembramos das pessoas que mais desejamos excluir das nossas vidas. Sentimos falta dos beijos mais demorados. Relembramos com nostalgia do que fomos. É estranho ter que afirmar que sinto sua falta diariamente. É como se eu dependesse sempre de você, dependesse até do seu "oi" dito no telefone. É como se eu precisasse saber que você vive bem e se corre o risco de surgir um namoro entre você e outra pessoa. Eu preciso saber desse tipo de coisa porque você não foi apenas um cara na minha vida. Você foi aquele tipo de cara que entra e modifica, sabe? Já te falaram de pessoas assim?

Há tipos e tipos de homens. Aqueles que não duram uma noite, aqueles que duram algum tempo, aqueles que nem duram dois segundos, aqueles que duram uma eternidade, aqueles que duram alguns dias. Você se encaixa naquele tipo de cara que dura uma eternidade. É como se o tempo estivesse passando e eu não conseguisse te tirar de dentro de mim, é como se algum pedaço teu estivesse colado em uma parte do meu corpo e já fizesse parte de mim. Eu não sei exatamente explicar o que sinto quando te vejo. É uma mistura de sentimentos que só me deixam com mais certeza de uma coisa: de que quero você. E é um querer absurdo, um querer de imaginar todos os meus sonhos sendo partilhados juntos contigo, um querer de te levar um chá quando a doença chegar e de não fazer simplesmente nada com você. A gente nunca sabe explicar o que sente quando encontra outra pessoa, só a gente tem noção do que o nosso coração é capaz de fazer e nossa mente de pensar. É um longo processo e há cura?

Há cura, mas é uma cura totalmente demorada e talvez eu esteja tão apegada ao passado que ainda não me dei conta de que você não é o cara certo para mim. Talvez eu nem tenha me dado conta de que é preciso abandonar o que passou e focar mais no presente, focar em mim. Ou talvez eu até goste de saber que ainda existe você e acreditar no destino. Mas tem algo dentro de mim que fala mais alto e diz: quando uma coisa começa certa, ela termina certa, mas quando tudo começa torto (assim como nós dois) a probabilidade de darmos certo é mínima. Talvez seja necessário que eu passe todo esse tempo te idolatrando, te desejando, sonhando contigo. Talvez eu precise para perceber que mereço muito mais do que um simples rapaz que chegou e rasgou o meu coração.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Solidão de travesseiro.

Acabei acostumando com a tua ausência, com a ausência das pessoas. Pego uma pequena xícara na cozinha e faço um café apenas para mim. Ligo a TV e vou descobrindo a variedade de canais que tenho, mas parece que nenhum consegue me prender. Tenho uma estante de livros e em cada um deles vou conhecendo uma história diferente, mas nenhuma se encaixa mais comigo.Tento passar horas no telefone, mas aí percebo que os assuntos são os mesmos e tenho pressa para desligar tudo. Prefiro o silêncio, o som da madrugada e já perdi a conta das vezes que vi o sol nascer. Parece que nada mais me deixa sorridente, nada mais me completa, nada mais muda. Gostaria de acordar com aquela sensação de que hoje vai ser melhor do que ontem, mas tudo está na mesma. Não sei, mas desde que você se foi tem sobrado apenas um buraco nisso que eu chamo de coração. Desde que teu sorriso desapareceu que minha vida tem ficado mais séria. Desde que você não quis mais meu amor tenho prestado atenção se vale à pena amar. 

Às vezes, o que queremos nem sempre é o melhor para nós. E eu procuro tentar enfiar dentro da minha cabeça que foi melhor assim. Tento procurar desculpas para enganar meu coração dizendo que ficou tudo bem, mas ele coloca uma saudade sem tamanho dentro de mim e faz com que eu perca meu rumo. Busquei meu amor-próprio, minha vontade de viver, meu desejo de me tornar uma pessoa melhor, mas é que de vez em quando a solidão fala mais alto e eu acabo me dando conta de que todos nós somos solitários. E essa solidão vai me dando motivos para encostar minha cabeça no travesseiro e chorar por horas. Gostaria de tê-lo por perto, de experimentar essa maneira de amar, essa maneira de aprender a dividir as coisas, os sonhos, gostaria de ter o teu cheiro deitado comigo ao longo das noites. Mas acordar todos os dias e perceber que não há nada disso, me dói. Você sempre foi aquele tipo de cara que faz o tipo de meninas como eu: tão inseguras e sensíveis ao ponto de chorar vendo comerciais do dia dos pais. Acho que o seu jeito de ser sempre tão forte me deixou toda derretida.

Mas agora preciso viver essa solidão de travesseiro. Uma solidão que só ele entende. Algo meio que doentio. Deitar a cabeça e (re)pensar sobre a vida, os atos, os sonhos. De pensar que poderíamos ter sido algo, mas não fomos apenas porque alguma coisa quis que fôssemos assim. Talvez nunca teríamos dado certo e as nossas diferenças acabassem sendo maior do que o nosso próprio amor. Nós precisamos experimentar esse tempo afastados e se no futuro ficarmos juntos..Bom, aí eu acredito em destino.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Saudades de quem eu era.

A madrugada é minha melhor amiga. Sinto que quando ela chega todas as minhas emoções surgem de uma maneira estranha. Tento enfiar minha cabeça no travesseiro e logo penso mil coisas. Penso em mil situações vividas, em mil pessoas que estão presentes perto de mim. Às vezes, solto uma risada bem alta no meu quarto escuro e em outros momentos, as lágrimas vão caindo bem no meio do meu rosto me fazendo sentir uma saudade de quem eu costumava ser. Talvez meu passado tenha sido melhor do que o hoje, mas também compreendo que o meu hoje está bem melhor do que meu passado. Algo que só o ser humano entende, sempre insatisfeito. Fico olhando meu porta-retrato perto da minha cama e percebo se meu sorriso de antes é como o de agora. É quando percebo que sinto bastante falta do meu passado. Sou daquele tipo de pessoa que quando algo vai muito bem na vida, fecha os olhos e implora para que aquele momento não acabe nunca. Daquele tipo de pessoa que torce bastante para que um dia dure, uma noite feliz permaneça para sempre e que os bons beijos, abraços e carinhos sejam duradouros. Sinto falta até de quem vive presente na minha vida, mas que ultimamente não tem estado tão presente assim, entende? 

Tenho observado as mudanças do tempo, o comportamento alheio, a falta de amor, de cumplicidade e principalmente a capacidade do outro querer sempre agarrar-se a algo e na verdade não estar preso em nada. É sempre difícil imaginar como fica meu coração, sendo eu tão sentimental assim e ter que lidar com todas as minhas dores. Mas olha, saudade de quem eu era. Saudade de acordar cedo para ir estudar e ler todos os livros de uma só vez, de comer brigadeiro assistindo sessão da tarde e dormir no sofá, saudade de todos os bares e viagens que estive com minhas amigas, saudade do aconchego da casa da minha avó e das brincadeiras da infância com meus irmãos. A gente acaba sentindo saudade sempre do que é bom, do que marca, de um cheiro na camisa de quem a gente gosta. E vem aquela dorzinha que se faz morada dentro do nosso peito fazendo com que respiremos bem forte, olhemos para cima e desejemos voltar no tempo. Meu coração sempre dói quando relembro algo que marcou. Mas eu sei que é preciso viver o presente, mas o presente anda me deixando bastante desmotivada, desanimada.

E quando o sol aparece na janela do meu quarto percebo que chegou um novo dia. E a cada dia é um recomeço, mas estou deitada na minha cama pensando que hoje será como ontem. E é quando adormeço, mas até meus sonhos mostram o meu antigo eu e de quem tanto sinto saudade.

domingo, 2 de junho de 2013

Nosso tempo, nossas preocupações.

Nós passamos a maioria do nosso tempo nos preocupando com coisas inúteis. Ficamos preocupadas com a quantidade de gordura que ganhamos, com a cor do esmalte, com a bolsa nova da loja, com a grana que precisamos gastar no final de semana, com o namorado que não apareceu, com aquele cara que nem gosta tanto assim da gente, com a programação errada da televisão, com a conexão da nossa internet. E no meio das nossas preocupações, esquecemos de nos preocuparmos com o essencial, esquecemos de esquecer um pouco das nossas coisas sem importância. Perdemos tanto tempo com pessoas que não nos acrescentam em nada, com amores que não dão bons frutos e por isso sofremos. É tão estranho você encontrar uma pessoa de bem com a vida hoje em dia, é tão difícil você encontrar uma pessoa sendo educada e demonstrando sequer ter uma pequena consideração. É estranho você encontrar relacionamentos que duram, pessoas que se perdoam, sorrisos que brotam de uma bobagem, cartas de amor. Acho que vamos crescendo e nos tornando duros por dentro. Se você parar pra analisar quase ninguém se considera feliz, realizado ou completo. Acho que o ser humano vive mais preocupada em ser. Ser o melhor, ser amado, ser conquistado, ser, ser. 

Nós devíamos usar nosso tempo para refletir mais, apreciar o silêncio, praticar a bondade e deixar a brisa do vento soprar. Por conta da pressa da nossa rotina deixamos de reparar em pequenas coisas, esquecemos de ouvir o barulho do mundo, de realmente enxergar as pessoas. Vivemos com medo de encontrar alguém que nos faça mal, tudo virou motivo para competitividade. Onde ficou o nosso lado humano? Será que não estamos cansados de ficarmos sempre querendo vencer na vida? E com isso atrapalhar o crescimento de uma outra pessoa? Vamos crescendo e nos tornando estúpidos, chatos, arrogantes e colocamos a culpa na vida, no destino. Eu acho muito difícil confiar em alguém nos dias de hoje, sinto bastante medo de bobagens que eu não deveria ter. Sinto medo de não ser boa o suficiente para o outro, de não ser bonita o suficiente para o padrão de beleza que a sociedade exige, de não ser talentosa o suficiente, de não ser amada. Todos nós merecemos uma vida boa, mas tudo depende da maneira que você olha, do ângulo que você inclina sua cabeça para olhar o alto de uma montanha. Gosto de analisar uma criança pequena, um bebê. Eles tem olhos grandes que não entendem nada, não há maldade neles. Mas o que essa criança pode se tornar é onde mora o perigo. 

Você passa tanto tempo se preocupando com pequenas futilidades e nunca consegue analisar que pessoa você está se tornando. Você passa tanto tempo tentando entender o motivo das coisas e esquece de deixar que tudo aconteça naturalmente. Você passa tanto tempo olhando a vida do outro que esquece de olhar a sua própria vida. Se você quer que a diferença chegue, comece por você. Comece observando quais mudanças precisam ser feitas dentro de ti, do seu coração. Retire todas as feridas e acredite que haverá momentos de bastante felicidade. Não perca tempo com inutilidades. Sorria com mais frequência e passe isso adiante. O nosso maior problema é sempre esperar que a solução apareça quando o outro chegar com ela. O nosso maior problema é esperar o primeiro passo do outro e na maioria das vezes quem precisa esticar as pernas somos nós. Sinta o vento, sinta o seu batimento cardíaco, sinta sua fé. Acredito que se você quiser mudar o mundo, a mudança precisa partir da pessoa que deseja.