terça-feira, 13 de agosto de 2013

De você sobrou um nó.

De você sobrou um nó bem no meio do meu peito. De você sobrou aquela doce lembrança. De você sobrou aquele gosto de menta do teu beijo. De você sobrou aquele abraço apertado no meio do parque. De você sobrou o cheiro de perfume que fazia meu nariz ficar vermelho. De você sobrou a saudade atormentado meu sono. De você sobrou o que não tive de nenhum outro. De você sobrou alguma coisa que não sei explicar bem, só sei se que sobrou. Sobrou um pedaço da minha cama, um retrato na estante, umas lágrimas que não caíram. Você passou por mim e deixou que sobrasse alguma coisa, deixou um pedaço teu dentro de cada canto da minha casa, da minha vida. Deixou lugares marcados, músicas que combinavam com a gente, comida favorita. 

Não entendo como alguém de repente é tudo e de repente é um nada. Não entendo como essas coisas passam, como o tempo cura. Eu sei que sobrou algo de você e esse "resto" ainda afeta minha vida. Tem gente que afeta a gente e você foi desse tipo de gente. Você me afetou no instante em que chegou e prometeu mil amores. Prometeu ir pegar a lua se fosse possível. Não quis acreditar, não quis envolvimento, mas algo me pedia para acreditar em nós. Acreditei. E talvez acreditar em nós não tenha sido a melhor das hipóteses, mas você me fazia acreditar que tudo seria diferente. E mesmo com o meu coração magoado por outros acabei resolvendo aceitar. Eu tinha um pé atrás, mas depois de um tempo coloquei os dois pés na frente e já sabia que o estrago estava feito. Quando a gente começa a trocar os pés, as mãos e a cabeça é sinal de que estamos profundamente apaixonados. 

Por você fiz coisas que nunca fiz. Achei sentimentos escondidos em mim que eu nem mesmo sabia que tinha. Encontrei a paz, o abraço acolhedor, o encaixe perfeito. Mas, o que sobrou de você? Sobrou um nó. Sabe aquele nó que dói? Foi isso que aconteceu com você dentro de mim. Hoje percebo que talvez nunca mais goste de alguém como gostei de você, mas aprendi que não podemos negar o que sentimos, não podemos não entrar de cabeça em um relacionamento. Tudo na vida são escolhas, são caminhos que arriscamos seguir. Eu sei que agora sinto esse nó, mas ele vai ser desatado. Nenhum nó dura para sempre.

2 comentários:

  1. O problema não é o nó e sim o nós.
    No plural a gente não tem mais a individualidade, é tudo junto e vivo. Não existe controle, pois entregamos. Deixamos de desejar saber o que vai acontecer. Abrimos mão, coração e mais um punhado de abstrações que fazem sentido pra nós. Ah, esse nós é preso por um nó que, mesmo que o tempo desate, ainda nos amarra ao passado que foi tão intenso.

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  2. Esse nó que sobrou dele tem doido cada dia mais.
    Mas como você mesma escreveu, nenhum nó ou dor dura pra sempre.
    E espero que não demore a passar pra mim e nem pra você.

    Você escreve lindamente bem!

    Beijos

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