domingo, 12 de maio de 2013

Uma carta para Maria.

Andei pensando que preciso pensar mais em mim. É que ultimamente surgiram tantas pessoas com tantas preocupações que acabei guardando a minha dor, o meu sofrimento e fui viver a dor do outro. Viver a dor do outro é algo bonito, mostra que você se importa, mostra que você quer o bem, mas é desgastante. Você passa a viver a sua vida e a vida do outro como se fosse sua, dói. Dói quando não temos palavras o suficiente para falar ou quando tentamos mostrar o nosso melhor, mas o outro não percebe. Dói quando você quer ajudar e o outro não quer ajuda. Dói quando você quer demonstrar o que sente e o outro não tem interesse. Sabe Maria, ultimamente tenho vestido a camisa do sofrimento, estampando sorrisos falsos e tentando parecer sempre forte, mas uma hora essa fraqueza aparece de vez e não há para onde correr. Mas o que tem me ajudado a vencer é essa força que vem de um ser superior e a força do sorriso da minha mãe. Você já parou para analisar como um sorriso de uma pessoa faz diferença no seu dia? Eu já. E por este motivo que venho aqui te dizer para que você sorria mais, o seu sorriso é um dos mais belos que já vi.

Eu sei que a nossa caminhada será longa e que carregaremos uma cruz enorme. Haverá sofrimentos e decepções, haverá angústia e medo, haverá desamor. Mas eu te garanto que tudo acabará bem. É que tenho observado o mundo e tenho sentido uma enorme solidão dentro das pessoas. É como se elas se fechassem dentro de si e o medo tomasse conta dentro delas. Não sei, mas sinto que elas não querem ser ajudadas pelo próximo e talvez o próximo nem esteja interessado em ajudá-las. É incrível a capacidade do ser humano. Somos tão egoístas que tomamos tudo que há no mundo e não compartilhamos a nossa felicidade com o outro.O que acho mais bonito na nossa amizade é que ela não precisa de muito, ela é tão simples e tão verdadeira. Queremos o bem uma da outra. Queremos que os nossos sonhos sejam realizados sem passar por cima de ninguém. Acho que falta isso no ser humano. Venho te dizendo que falta bondade, falta sensibilidade, falta amor. Três sentimentos que fazem toda diferença na vida de uma pessoa e muitos simplesmente não se importam.

É Maria, tem sido duro viver e conviver com os outros. Conviver é a parte mais difícil. Sinto-me enfurecida com a maldade alheia e com o tamanho da minha sensibilidade. Eu sofro com frequência, sofro com tudo e quando choro com uma propaganda de dia das mães é porque meu nível emocional anda elevado. Mas estou te pedindo para que você não perca a esperança nas pessoas, estou te pedindo para que você não perca a esperança no sorriso das pessoas e que você não se deixe abater pelo cansaço ou pelo desânimo. Nós venceremos e que continuemos sempre sensíveis. Conserve seu coração sempre da maneira que ele é, conserve a nossa amizade e que a distância não seja um motivo para que ela enfraqueça. Lembre-se: quando uma coisa é de verdade não há motivos para que acabe. 

4 comentários:

  1. Somos duas em relação a esses sentimos para com o mundo e a sociedade, mas ainda há esperança, o importante é fazermos a nossa parte, sermos sinceros com o nosso coração como você disse.
    Paz!

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  2. Sou assim, guardo a minha dor pra cuidar da dor dos outros e nem sempre o outro quer isso ou reconhece e depois quem sai ferida sou eu.
    Mas continuarei sendo assim, acho que faz parte da minha personalidade, da sua, de pessoas raras.

    Adorei o texto!


    Beijos

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  3. Que sorte da Maria tê-la como amiga. Sensibilidade e altruísmo é coisa rara nesse mundo. Bjs

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  4. Raíssa, você parece ser uma pessoa tão leve, tão evoluída, tão amor!
    Pessoas como você são raras e mesmo não te conhecendo posso apostar que o teu sorrir é tão belo quanto o da Maria!

    um beijo.

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