terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Veja bem.

Olha, veja bem. É óbvio que há saudade dentro do meu peito e que a carrego todos os dias. O café já não é mais o mesmo sem você e minha cama já perdeu a graça, já perdeu teu cheiro. É incrível essa capacidade que você tem de me fazer pensar no que já passou, no que já não é mais. Nós não existimos mais e qual é a dificuldade que há para compreender tal mistério? Nós nunca fomos. Eu não precisava aguentar a sua cara emburrada pela manhã, não precisava aguentar seu soluço insuportável e muito menos aguentar o jogo de futebol que tinha mais importância do que eu. Mas se eu suportei tudo é porque realmente amei você. Amei os seus defeitos mais nojentos e amei ainda mais suas qualidades. Mesmo acordando pela manhã de cara emburrada, eu conseguia amar seus olhos pequenos quase fechando por conta do sono, eu conseguia amar sua unha encravada do pé ao ponto de querer arrancá-la, eu conseguia amar a sua camisa vermelha favorita.  

Chega uma hora que não adianta tentar, simplesmente não acontece. Acaba o amor, a confiança, o carinho, o respeito e se tudo isso some não vale continuar. Não tentar não quer dizer que eu acabei te deixando de lado, que deixei de te amar, pelo contrário, eu ainda te amo muito mais. Eu te amo pela saudade que ainda restou dentro do meu peito, pela falta do seu corpo no pedaço da cama, eu te amo mais ainda quando revejo nossas fotografias antigas e quão jovens éramos naquele tempo. O amor não se foi, não da minha parte. Mas você é um homem e homens conseguem seguir em frente, homens demonstram ser os corações de pedra e quando, na verdade, há um coração de maria mole por dentro. Homens sentam na mesa do bar e paqueram a primeira garota que aparecer. Você é assim. Na frente dos amigos demonstra ser o fodão, mas por trás chora feito criança. 

Eu não sei manter relação com qualquer outro homem. O nosso amor não acabou. Veja bem, estou aqui para te dizer que ainda consigo enxergar seus olhos quando fecho os meus, que ainda consigo chorar por horas no colo de uma amiga quando encontro algum pertence seu, ainda tenho memorizado o som da tua risada e o cheiro do teu shampoo. É, tua ausência me dói da cabeça aos pés, mas eu aprendi que não devemos insistir naquilo que já foi quebrado. Não foi minha culpa, não foi sua culpa. Foi culpa de todo um conjunto que não nos permitiu ficarmos juntos. Não era pra ser, assim mesmo, bem clichê. Veja bem, vou jogar nosso amor pro céu e se um dia voltar é porque errei a minha teoria, e quem sabe, você será meu.

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