domingo, 18 de novembro de 2012

Cruel.

Fecho os olhos na esperança de dormir. Meu corpo cansado pede cama, mas a cabeça diz que não. Tento dormir, tento não pensar no dia que passou, mas é algo impossível. Sua imagem aparece de uma maneira tão real que posso jurar que é você pessoalmente. Sinto o cheiro do seu cabelo, sinto a paz que você me passa. Recordo-me do dia em que te vi. De camisa azul, mochila preta e aquela calça jeans que cai como uma luva em ti. Você era a cópia fiel de um ex amor meu. Talvez seja por isso que te olhei de primeira e já fiquei interessada em saber seu nome. Fiquei e estou interessada até hoje em saber como é a sua vida, quais os filmes que gosta e as músicas que te marcaram. E você me olha de uma maneira tão normal e cruel ao mesmo tempo. Cruel porque você não sabe o que se passa comigo. Eu sinto vontade de pegar nas suas mãos e te fazer caminhar por aí. Eu sinto vontade de beijar sua boca toda vez que você fala. Eu sinto vontade de cheirar sua roupa limpa e te abraçar para sempre.

E o mais cruel é que você nem nota isso. Anda me tratando da mesma maneira que trata todas as outras pessoas. Beija minha testa, me abraça, beija meu rosto. Mas não sabe o efeito que tudo isso causa em mim. Eu posso te desenhar, eu posso correr no meio da chuva, posso ir andando até a sua casa no meio da madrugada. Faço isso porque estou gostando de gostar de ti. Mesmo não havendo recíprocidade, gosto de te imaginar. Te imaginar cuidando de mim. É, eu preciso de cuidado. Preciso de um colo, de um afeto, de um gesto de amor que nunca recebi. Sei que erro de vez em quando. Vou procurar em outros caras algo que não encontrei em nenhum. Vou procurar amor, carinho, dedicação. E eles não me dão valor. Acham que sou qualquer uma, mas eu não sou. Você entende?

Mas é que cansei de tentar fazer com que os outros gostem de mim. Às vezes, rezo para que você enxergue em mim a beleza que ninguém ainda viu. Às vezes, tento ser menos sentimental para que você ache que sou forte o suficiente. Às vezes, tento chamar sua atenção e passo despercebida. Vai, encontra em mim algo. Será que não há nada em mim que te faça sorrir? Qual será a imagem que passo? Tenho uma preocupação danada com isso. Te quero e não posso negar que tenho pensado tanto em ti. Deixa eu cheirar o teu pescoço e saber que vai ficar tudo bem? Deixa eu entrar na sua vida e morar nela? E quando abro os olhos percebo que não posso (mais uma vez). Eu nunca tive direito, eu nunca pude. É tão cruel que arde em mim.

Um comentário:

  1. Encontrei seu blog por acaso e amei as postagens que li, tem tanto sentimentos nas tuas palavras.. comecei a seguir.. beijos

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