segunda-feira, 10 de junho de 2013

Solidão de travesseiro.

Acabei acostumando com a tua ausência, com a ausência das pessoas. Pego uma pequena xícara na cozinha e faço um café apenas para mim. Ligo a TV e vou descobrindo a variedade de canais que tenho, mas parece que nenhum consegue me prender. Tenho uma estante de livros e em cada um deles vou conhecendo uma história diferente, mas nenhuma se encaixa mais comigo.Tento passar horas no telefone, mas aí percebo que os assuntos são os mesmos e tenho pressa para desligar tudo. Prefiro o silêncio, o som da madrugada e já perdi a conta das vezes que vi o sol nascer. Parece que nada mais me deixa sorridente, nada mais me completa, nada mais muda. Gostaria de acordar com aquela sensação de que hoje vai ser melhor do que ontem, mas tudo está na mesma. Não sei, mas desde que você se foi tem sobrado apenas um buraco nisso que eu chamo de coração. Desde que teu sorriso desapareceu que minha vida tem ficado mais séria. Desde que você não quis mais meu amor tenho prestado atenção se vale à pena amar. 

Às vezes, o que queremos nem sempre é o melhor para nós. E eu procuro tentar enfiar dentro da minha cabeça que foi melhor assim. Tento procurar desculpas para enganar meu coração dizendo que ficou tudo bem, mas ele coloca uma saudade sem tamanho dentro de mim e faz com que eu perca meu rumo. Busquei meu amor-próprio, minha vontade de viver, meu desejo de me tornar uma pessoa melhor, mas é que de vez em quando a solidão fala mais alto e eu acabo me dando conta de que todos nós somos solitários. E essa solidão vai me dando motivos para encostar minha cabeça no travesseiro e chorar por horas. Gostaria de tê-lo por perto, de experimentar essa maneira de amar, essa maneira de aprender a dividir as coisas, os sonhos, gostaria de ter o teu cheiro deitado comigo ao longo das noites. Mas acordar todos os dias e perceber que não há nada disso, me dói. Você sempre foi aquele tipo de cara que faz o tipo de meninas como eu: tão inseguras e sensíveis ao ponto de chorar vendo comerciais do dia dos pais. Acho que o seu jeito de ser sempre tão forte me deixou toda derretida.

Mas agora preciso viver essa solidão de travesseiro. Uma solidão que só ele entende. Algo meio que doentio. Deitar a cabeça e (re)pensar sobre a vida, os atos, os sonhos. De pensar que poderíamos ter sido algo, mas não fomos apenas porque alguma coisa quis que fôssemos assim. Talvez nunca teríamos dado certo e as nossas diferenças acabassem sendo maior do que o nosso próprio amor. Nós precisamos experimentar esse tempo afastados e se no futuro ficarmos juntos..Bom, aí eu acredito em destino.

2 comentários:

  1. solidão com meu travesseiro. solidão na minha vidinha que não precisa ser banal. parabéns pelo texto e pela sensibilidade.

    ResponderExcluir
  2. Gosto da palavra destino para ser usada como rima para outra palavra terminada em “ino”. De outra forma, vejo como uma falta de poder próprio para guiarmos nossas próprias vidas.
    Talvez o travesseiro seja apenas uma forma de estancar suas lágrimas para que, no próximo nascer de dia que você apreciar, não apenas sua boca mas seus olhos vão sorrir também.

    Acredito que a felicidade tenha alguma porcentagem nas outras pessoas, mas a maior parte da sociedade da felicidade está na gente mesmo.
    Ou seja, assuma o comando da sua vida empresa e deixe que outros investidores conheçam seu trabalho no ramo sentimental.

    ResponderExcluir