Ana queria Carlos que queria Mariana. Ana fazia o tipo romântica, gostava de cartas e do barulho das ondas do mar, preferia quando recebia flores do que qualquer presente comprado. Carlos era do tipo garanhão, gostava de tudo e de todas, se uma mulher sorrisse já era motivo dele ficar com ela. Mas, Carlos mentia ao dizer que não gostava de Mariana. Mariana era do tipo durona, para muitos, ela não tinha coração. Dona de palavras firmes, Mariana afirmava ser contra o amor. Para ela, o amor era doença. Qual dos três tinha o coração mais magoado? A resposta certa é: os três.
Ana gostava de alguém que não podia ter e ela tinha uma opção que era deixar Carlos de lado, seguir em frente e encontrar outra pessoa. Não seria fácil, mas com o tempo, o tempo a ensinaria que a melhor coisa que pode acontecer na vida de alguém é esperar o tempo passar. Ela preferia viver uma vida infeliz, recordando momentos que viveu ao lado do amor da vida dela, acontece que o amor da vida dela tinha outra no coração. Com isto, Ana sofria e não aceitava ter que desapegar de um relacionamento que nunca deu certo, que não era pra ser. Talvez fosse mais fácil se ela aceitasse que certos amores acabam, precisam partir e que para cada pessoa, existe outra disponível. Talvez fosse mais fácil aceitar que seguir em frente era a melhor escolha. Mas ela não quis assim.
Carlos, o garanhão, tinha duas mulheres disponíveis. Uma que ele podia continuar vivendo ao lado dela, dando uns pegas aqui e alí, mas que não era a mulher ideal para ele. E outra, que ele tentava, tentava e não conseguia. Ele era acostumado a ganhar, ter sempre alguém que fosse para cama com ele, alguém que ele desse uns beijos e largasse no meio do mundo. Mas Mariana conseguiu pegá-lo de jeito e foi assim que ele descobriu o que era querer e não poder. Mesmo que ele tentasse, Mariana não o queria, ela não achava interessante as piadas que ele contava na mesa de bar, muito menos gostava do beijo dele. Ela não gostava quando ele pegava nas mãos dela, ela não gostava dele. Carlos podia ter seguido em frente, ter tentado levar outras garotas para cama e simplesmente encontrar uma idiota por aí, mas ele queria aquela mulher. Talvez fosse mais fácil se ele aceitasse que certos amores acabam, precisam partir e que para cada pessoa, existe outra disponível. Talvez fosse mais fácil aceitar que seguir em frente era a melhor escolha. Mas ele não quis assim.
Mariana, a durona, já tinha quebrado seu coração diversas vezes. Na vida dela, já encontrou todo tipo de homem, encontrou vários que a iludiram e a enganaram. Ela chorou diversas vezes no banheiro da balada e ninguém suspeitou disso. Ela chorava após o sexo e ninguém nunca suspeitou. Ela chorava ao término de uma série e ninguém nunca suspeitou. Até que ela secou, endureceu e esqueceu o que era o amor. Não, ela não estava errada. Se continuasse deixando com que qualquer um entrasse na sua vida e esculhambasse os seus sonhos, ela estaria na pior. Por este motivo, Mariana resolveu não acreditar em mais ninguém, em mais nada e resolveu seguir em frente. Diferentemente dos outros dois, ela soube seguir em frente porque não estava apegada ao amor. Para cada pessoa, há diferentes casos de amor.