terça-feira, 3 de março de 2015

Diferentes casos de amor

Ana queria Carlos que queria Mariana. Ana fazia o tipo romântica, gostava de cartas e do barulho das ondas do mar, preferia quando recebia flores do que qualquer presente comprado. Carlos era do tipo garanhão, gostava de tudo e de todas, se uma mulher sorrisse já era motivo dele ficar com ela. Mas, Carlos mentia ao dizer que não gostava de Mariana. Mariana era do tipo durona, para muitos, ela não tinha coração. Dona de palavras firmes, Mariana afirmava ser contra o amor. Para ela, o amor era doença. Qual dos três tinha o coração mais magoado? A resposta certa é: os três.

Ana gostava de alguém que não podia ter e ela tinha uma opção que era deixar Carlos de lado, seguir em frente e encontrar outra pessoa. Não seria fácil, mas com o tempo, o tempo a ensinaria que a melhor coisa que pode acontecer na vida de alguém é esperar o tempo passar. Ela preferia viver uma vida infeliz, recordando momentos que viveu ao lado do amor da vida dela, acontece que o amor da vida dela tinha outra no coração. Com isto, Ana sofria e não aceitava ter que desapegar de um relacionamento que nunca deu certo, que não era pra ser. Talvez fosse mais fácil se ela aceitasse que certos amores acabam, precisam partir e que para cada pessoa, existe outra disponível. Talvez fosse mais fácil aceitar que seguir em frente era a melhor escolha. Mas ela não quis assim.

Carlos, o garanhão, tinha duas mulheres disponíveis. Uma que ele podia continuar vivendo ao lado dela, dando uns pegas aqui e alí, mas que não era a mulher ideal para ele. E outra, que ele tentava, tentava e não conseguia. Ele era acostumado a ganhar, ter sempre alguém que fosse para cama com ele, alguém que ele desse uns beijos e largasse no meio do mundo. Mas Mariana conseguiu pegá-lo de jeito e foi assim que ele descobriu o que era querer e não poder. Mesmo que ele tentasse, Mariana não o queria, ela não achava interessante as piadas que ele contava na mesa de bar, muito menos gostava do beijo dele. Ela não gostava quando ele pegava nas mãos dela, ela não gostava dele. Carlos podia ter seguido em frente, ter tentado levar outras garotas para cama e simplesmente encontrar uma idiota por aí, mas ele queria aquela mulher. Talvez fosse mais fácil se ele aceitasse que certos amores acabam, precisam partir e que para cada pessoa, existe outra disponível. Talvez fosse mais fácil aceitar que seguir em frente era a melhor escolha. Mas ele não quis assim.

Mariana, a durona, já tinha quebrado seu coração diversas vezes. Na vida dela, já encontrou todo tipo de homem, encontrou vários que a iludiram e a enganaram. Ela chorou diversas vezes no banheiro da balada e ninguém suspeitou disso. Ela chorava após o sexo e ninguém nunca suspeitou. Ela chorava ao término de uma série e ninguém nunca suspeitou. Até que ela secou, endureceu e esqueceu o que era o amor. Não, ela não estava errada. Se continuasse deixando com que qualquer um entrasse na sua vida e esculhambasse os seus sonhos, ela estaria na pior. Por este motivo, Mariana resolveu não acreditar em mais ninguém, em mais nada e resolveu seguir em frente. Diferentemente dos outros dois, ela soube seguir em frente porque não estava apegada ao amor. Para cada pessoa, há diferentes casos de amor.


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Quem perde, acha

Tem um momento da vida em que a gente se perde. Acredito que todos já se perderam. Você pode ter perdido a fé, a noção do tempo, o amor da sua vida, qualquer coisa que seja, mas já perdeu algo. Falando em primeira pessoa, acredito que perdi tudo de uma vez. Foi uma mistura de situações que me fizeram chegar aqui, sabe? Mas eu acredito que a pior perda é perder-se de si mesmo. Acordar todos os dias e já não saber com o que se sonha, não ter mais fé em coisa alguma, não saber qual caminho deve chegar ou até mesmo que tipo de pessoa você quer se envolver. Tem uma frase que costumo repetir sempre: "Quem não sabe pra onde deve ir, qualquer caminho serve".

A vida é uma caixinha de surpresas e ela vem me mostrado isso a cada dia, ao abrir os olhos, me surpreendo com um dia diferente. Talvez ele seja belo ou não. Talvez eu acorde apaixonada, talvez eu acorde detestando alguém, talvez eu queira alguém, mas não sei se quero. Talvez eu queira largar tudo, colocar uma mochila nas costas e ir me aventurar. Talvez eu queira continuar no lugar que estou. Talvez eu queira estar com alguém, talvez eu queira não estar com ninguém. E eu que pensei que ser gente grande era fácil! 

É sempre importante colocarmos os nossos sonhos numa folha de papel e colar na parede, só pra garantir sabe? E se a gente perder a fé em alguma coisa, que a gente ache motivos ou alguém para encontrá-la novamente. E se a gente deixar de amar ou desistir de amar, que a gente encontre nos olhos de outra pessoa o motivo para sorrir. Se a gente se perder no caminho, não há razão para desespero! As melhores pessoas sempre se perdem pelo caminho, é normal. Pare! Respire! E siga em frente. Lá na frente há amor, fé, confiança e um caminho mais belo ainda. Pode apostar comigo! Nem sempre se perder é ruim, quem se perde, uma hora se acha.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Só temos o amor que desejamos ter

Estava tudo muito confuso, eu não sabia o que sentia, mas ao mesmo tempo meu coração alertava que a paixão tinha aparecido. Não era amor que fazia minhas pernas tremerem, mas era aquela vontade de estar com a pessoa, sabe? De conhecê-la mais e mais, de saber quais são os seus hobby's favoritos. Uma vontade imensa de conhecer o outro e isso me consumia. Ao mesmo tempo que o desejo de conhecê-lo era grande, o medo invadia a minha cabeça e não me garantia certeza de que daria certo. Mas, ninguém sabe o que acontecerá no outro dia. E se acabar dando certo? Aí, minha mente já pensava em mil passeios ao lado dele, na música que marcaria a nossa vida e o nosso primeiro encontro. Era tudo lindo, mágico! "E se tudo acabar dando errado?", eu queria responder que deu. Vida nova, segue em frente e tá tudo bem. Mas não fica tudo bem. A gente se magoa de novo, se fere, quebra o coração e perde as expectativas.

Na pressa de estar com o outro, a gente não repara na lua cheia, não presta atenção no nosso corte de cabelo e nem consegue analisar com quem estamos nos envolvendo. É esse mistério que faz com que nós, seres humanos, tenhamos necessidade de atropelar os nossos passos e fazermos tudo errado. Uma das melhores coisas da vida é sentir-se apaixonado por alguém. É se pegar imaginando um futuro juntos, sentir o cheiro da pessoa e trocar mensagens durante a madrugada. A sensação é tão boa que atrapalha a nossa capacidade de enxergar além. Enxergar que tipo de futuro aquela pessoa está disposta a ter, que tipo de defeitos ela tem, quais são os grandes sonhos dela, como ela se relaciona com a família, que tipo de coração ela carrega. 

A gente esquece de esquecer um pouco a paixão e focar na razão. Talvez, os apaixonados sejam assim, para sempre amantes das belezas que a vida as apresenta. Talvez, os apaixonados ceguem verdadeiramente e deixem com que o coração fale mais alto. Talvez, a gente não saiba em que lugar estamos 'metendo o nosso coração'. Que tipo de amor você deseja? Nós definimos que tipo de pessoa entra e sai da nossa vida, nós só temos o amor que desejamos ter.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Deixa pra lá

Deixa pra lá, sabe? Deixa pra lá aquele beijo que não aconteceu, aquele pé na bunda que você levou, aquele alguém que não te amou. Deixa pra lá aquele dia que não amanheceu ensolarado, aquela pessoa que não te correspondeu. Deixa pra lá aquela chuva que cai atrapalhando todos os seus planos, aquele emprego que não deu certo. Deixa pra lá os sentimentos ruins, as lembranças negativas e a vontade de desistir. Deixa pra lá se o amor ainda não entrou pela sua janela, deixa pra lá. A gente tem que deixar sempre alguma coisa pra lá e recomeçar. O mais bonito da vida é não saber de nada e ficar na espera de algo. Sei que de vez em quando dói, algo entra no nosso coração e nos destrói, mas a gente se recupera graças ao tempo. 

O tempo nos ajuda a esquecer aquela pessoa que feriu o nosso coração, ele nos ajuda para sermos pessoas melhores, para compreendermos no que erramos. O tempo pode ser cruel, mas ele é necessário e ele tem me ensinado a deixar pra lá. Se você esperava algo e não aconteceu, não fique desesperado, ainda não é o tempo de acontecer. Se você se magoou novamente com alguém, não se pense que é o seu fim, outra pessoa irá aparecer e você já nem lembrará do que passou. Se você deixar pra lá tudo isso, tenha certeza de que não sofrerá tanto assim.

Toda dor é necessária e precisa ser vivida. Todo alguém que se vai é para que outra pessoa apareça. Toda paixão acaba. Todo ferimento fecha. Toda vontade se vai. Todo amor próprio vale mais do que amar outra pessoa. Todo mundo quebra a cara, mas se recupera. Todo beijo é inesquecível. Todo dia é dia de recomeçar e você pode deixar tudo pra lá.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Perseguida pelo amor

A primeira vez que eu escrevi sobre amor, eu tinha uns doze anos. Eu não sabia o que significava todo aquele sentimento, mas eu conseguia imaginar quão bom ele era. Via nos filmes e seriados, muitos casais que se davam bem e juras de amor eterno. Cresci assim. Transbordando de amor pra passar. Escrevi um pequeno livro sobre um casal que se amava muito, mas a vida precisou levá-lo, mas o que havia permanecido era o amor que, ao longo da história, eles foram construindo. Quando o amor pediu para entrar no meu coração, eu o aceitei sem medir esforços e confesso que não foi uma experiência boa. Horas trancada no quarto, lágrimas iam rolando e músicas tristes tocavam no microsystem. Foi naquele quarto que aprendi que o amor pode não durar muito.

Eu achei que se a gente quisesse comprar alguém, a gente podia. Sei lá, podia comprar um cd da banda favorita dele e presentear, um pacote de chocolate amargo ou até mesmo demonstrar carinho. Diversas vezes sentei com o cara que eu gostava e disse, sem medo algum, dos meus sentimentos por ele. Engraçado, eu tinha doze anos, mas já sabia o que queria. Ou achava que era o certo. Não obtive sucesso, ele apenas riu e disse que não sentia o mesmo por mim. Foi naquele momento, sentada naquela calçada que eu soube que, às vezes, o amor pode não ser correspondido. Fiz loucuras por outra pessoa, chorei na frente de quem eu gostava e escrevi diversas cartas que nunca entreguei. O amor me perseguia.

Resolvi fechar meu coração inúmeras vezes e estar tranquila consigo mesma é uma sensação maravilhosa, mas falta algo. E me faltou algo, procurei em pessoas erradas o preenchimento do meu coração, coitada de mim! Será que minhas experiências não me ensinaram nada? Eu precisava gostar de mim, cuidar de mim e querer a minha companhia. E eu fiz isso. Mas aí, o amor invadiu minha vida de novo e me fez voltar aos meus doze anos. Talvez um dia eu cresça ou talvez este sentimento sempre peça pra entrar na minha vida, e aí, eu sempre o deixarei entrar.